(Foto: Ilustração/Instagram/Gisela)
Gisela: atacaram minha honra, minha família e amigos e muitos desses ataques vieram de pessoas que nunca de fato me apoiaram.
A advogada e ex-superintendente do Procon, Gisela Simona - que ficou na terceira colocação, no primeiro turno das eleições -, na disputa pela Prefeitura de Cuiabá, tem sido fortemente atacada nas redes sociais, sobretudo, com bots[robôs] sendo usados fartamente para fragilizar sua imagem nas mídias digitais e ainda pelo aplicativo Whatsapp.
Por conta de seu posicionamento nesta segunda rodada eleitoral, ao optar em ficar ao lado do candidato do Podemos, Abílio Junior e contra o prefeito emedebista, Emanuel Pinheiro, que busca a reeleição.
Às mulheres que acreditam que Gisela deveria se manter neutra e isto, claro, é uma posição, têm o meu respeito! Contudo e, pessoalmente, acho a neutralidade um posicionamento confortável. E em se tratando de política, omisso. Principalmente, para quem realizou um amplo debate pautado no mote anticorrupção.
Às mulheres que acreditam que Gisela deveria se manter neutra, isto, claro, é uma posição, assim, têm o meu respeito! Contudo e, pessoalmente, acho a neutralidade um posicionamento confortável. E em se tratando de política, omisso. Principalmente, para quem realizou um amplo debate pautado no mote anticorrupção.
E, claro, discutiu uma agenda em favor da mulher. Dentro de uma sociedade ainda pautada por um machismo estrutural que nos causa, como consequência, a desigualdade de direitos entre homens e mulheres, que resultam nos altos índices de violência, assédio, estupro, objetificação da mulher, além da secular diferença salarial.
Mas a escolha é dela, em uma opção oficializada após várias rodadas de conversa e com a inserção de seus projetos, no plano de governo de Abílio. Que, publicamente, disse que ter um conhecimento mais profundo sobre algumas propostas e amadurecimento sobre estas questões, levam as pessoas a reverem suas posições e isto sem nenhuma perda ideológica.
Mostrando que você não pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas pode começar agora e fazer um novo fim.
Agora, se caso eleito, Abílio Junior vai cumprir seu compromisso, aí, verdade seja feita, estaríamos realizando um exercício de futurologia. Afinal, 'o futuro a Deus pertence', o que podemos é torcer para que aquele futuro que desejamos, se realize no próximo presente.
Por isso faço esta defesa à Gisela, pelo seu direito de escolha, sobretudo, contra os selvagens ataques à ela, como números fantasmas de Whatsapp e mensagens de ódio enviada no celular, após descoberta de seu número. Pois não entendo e não quero entender tanto ressentimento, pois acredito na esperança, na decência, na honra, sobretudo, no respeito às diferenças.
Entendo de novos caminhos, descortinado pela Covid-19, que nos impôs um 'novo normal'. Sobretudo, ao ver tantas vidas roubadas, em particular, de mulheres e homens de 'branco' que ficaram, corajosamente, na linha de frente, contra uma doença sem cura, de alta letalidade e que promete uma segunda onda, pelo desrespeito de muitos às regras de biossegurança.
Entendo que diante de pandemias e catástrofes, o homem se une, se fraterniza, não dissemina ódio ou rancor. Que diante deste choque de gestão espiritual, deveríamos rever posições e abrandar nossos corações.
Mais do que isto, acho descabido e covarde estes ataques por conta de um processo politico, que na maioria das vezes não pauta a discussão nem pelo conhecimento, nem tampouco, pelo diálogo, mas tão somente pelo poder.
O voto é um direito individual. Sim. Mas ele pode ser questionado sob o ponto de vista político, sim. Afinal, Gisela estava entre os oito nomes, que no primeiro turno das eleições, disputou 'cabeça a cabeça', o comando do Palácio Paiaguás. E ganhou por conta de suas posturas, projetos e denúncias o respeito de muitos eleitores cuiabanos.
Sua escolha agradou a todos? Muito possivelmente, não!. Alguns, até optando em ficar do outro lado da disputa e outros seguindo com ela. Isto é um direito!
Agora, achaques é jogo sujo. Usar bots[robôs] para ameaças e ataques é prova inconteste do poder pelo poder. Realizar ataques à honra, à família, à valores que reputamos como referências, que distanciam civilidade da bárbarie, são mostras irrefutáveis daqueles que se permitem a usar de expedientes espúrios tão somente para vencer uma queda de braço.
Passou da hora de aprendermos a debater escolhas como um ato de fé democrática, longe do ódio, dos ataques verbais ou virtuais.
Marisa Batalha é jornalista e mestra em Educação, Politica e Movimentos Sociais pela Universidade Federal de Mato Grosso