Segunda-feira, 17 de Novembro de 2025

ARTIGOS Segunda-feira, 17 de Novembro de 2025, 11:10 - A | A

Segunda-feira, 17 de Novembro de 2025, 11h:10 - A | A

Licio Antonio Malheiros

Sem Viés Político

De sonho à realidade: o governador do Estado de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), idealizou e sonhou com a possibilidade da construção de um parque que congregasse automobilismo, lazer e entretenimento para a população cuiabana e mato-grossense.

Sua visão voltada ao empreendedorismo remonta aos idos dos anos 1970, quando, ainda jovem, natural de Goiás, chegou a Cuiabá aos 16 anos, trazendo consigo o sonho de empreender na capital mato-grossense.

Nos anos de 1984 e 1985, com cerca de 20 anos, Mauro fez parte do movimento estudantil, vencendo a disputa das eleições do Diretório Central dos Estudantes (DCE) por meio da chapa Reflexão e Luta. Herdou pautas da gestão anterior, Semear, que enfrentava problemas de permanência estudantil, como moradia e alimentação.

Nesse período, ele iniciou em Cuiabá sua atividade como empreendedor, com uma simples serralheria localizada no bairro do Porto, que marcou o início de sua história de vida.

Nesse particular, permita-me adentrar brevemente nessa trajetória de vida de Mauro Mendes.

Falo agora não apenas do governador, mas do homem simples e trabalhador, que tive a honra de conhecer e, por diversas vezes, servi-lo em um barzinho que meu pai mantinha na Avenida Mário Corrêa nº 77, no bairro Porto, onde era vendido o melhor bolinho de carne da cidade — atraindo clientes de todos os cantos de Cuiabá.

Por conseguinte, sinto-me à vontade para externar um acontecimento inusitado ocorrido ontem, 15 de novembro, Dia da Proclamação da República, quando foi pré-inaugurado um dos maiores empreendimentos de Mato Grosso: o Parque Novo MT.

Nesse megaevento, tive a honra e a oportunidade de trocar algumas palavras com o governador Mauro Mendes. Tentei relembrá-lo de sua iniciação na vida de pequeno empresário, mencionando sua antiga serralheria.

Para minha surpresa, ele não apenas se recordou, como também descreveu a localização da empresa: “Ficava perto de onde hoje está o salão de beleza Baretta, no Porto”, disse ele.

Além de sua serralheria, existia na época a carpintaria Leão, localizada no final da Avenida Mário Corrêa. Eram duas referências do tradicional bairro do Porto.

Passemos agora a falar desse megaempreendimento, que está situado entre as rodovias MT-010 (Rodovia Helder Cândia) e MT-251 (Estrada para Chapada dos Guimarães), a aproximadamente 8 a 11 km de Cuiabá.

O terreno, com 300 hectares, foi doado pelo Grupo Bom Futuro, em um chamamento público promovido pelo Governo do Estado.

A construção é conduzida pela empresa MT Par (Mato Grosso Participações e Projetos).

O valor da obra é estimado em R$ 900 milhões, conforme novas projeções do governo. A previsão de entrega total é até o final de 2026.

 

Principais estruturas do Parque Novo MT.

Autódromo: pista de 4,6 km para automobilismo, com arquibancadas e infraestrutura completa para eventos de corrida.

Kartódromo: parte da pista já concluída, com pódio, paddock e torre de observação.

Lago de 100 hectares: destinado a esportes náuticos.

Pistas esportivas: motocross, bicicross, skate, ciclismo e caminhada (5 km).

Espaço para shows e eventos: capacidade para até 80 mil pessoas, segundo informações mais recentes.

Museu do Agro: homenagem à forte presença do agronegócio no estado.

Roda-gigante: uma das atrações mais simbólicas, com 108 metros de altura e 42 cabines para 6 a 8 pessoas cada. O passeio deve durar cerca de 30 minutos.

Tudo foi muito bem projetado, com amplo estacionamento e infraestrutura planejada para receber um grande volume de visitantes.

Por conta de sua escala e ambição, o parque tem potencial para se tornar um vetor de desenvolvimento sustentável, agregando valor imobiliário à região.

É certo que os críticos de plantão provavelmente usarão o viés político para tecer críticas pontuais a esse excelente empreendimento.

Entretanto, guardadas ás devidas proporções, poucos se lembrarão de que, no governo José Fragelli, em 1975, quando a região foi planejada para abrigar o Centro Político Administrativo (CPA), muitos também criticaram a distância em relação ao centro de Cuiabá.

O resultado, contudo, foi o surgimento do bairro CPA I, em 1979, hoje uma das regiões mais valorizadas e estruturadas da capital.

Professor Lício Antônio Malheiros é jornalista, articulista e geógrafo.