De sonho à realidade: o governador do Estado de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), idealizou e sonhou com a possibilidade da construção de um parque que congregasse automobilismo, lazer e entretenimento para a população cuiabana e mato-grossense.
Sua visão voltada ao empreendedorismo remonta aos idos dos anos 1970, quando, ainda jovem, natural de Goiás, chegou a Cuiabá aos 16 anos, trazendo consigo o sonho de empreender na capital mato-grossense.
Nos anos de 1984 e 1985, com cerca de 20 anos, Mauro fez parte do movimento estudantil, vencendo a disputa das eleições do Diretório Central dos Estudantes (DCE) por meio da chapa Reflexão e Luta. Herdou pautas da gestão anterior, Semear, que enfrentava problemas de permanência estudantil, como moradia e alimentação.
Nesse período, ele iniciou em Cuiabá sua atividade como empreendedor, com uma simples serralheria localizada no bairro do Porto, que marcou o início de sua história de vida.
Nesse particular, permita-me adentrar brevemente nessa trajetória de vida de Mauro Mendes.
Falo agora não apenas do governador, mas do homem simples e trabalhador, que tive a honra de conhecer e, por diversas vezes, servi-lo em um barzinho que meu pai mantinha na Avenida Mário Corrêa nº 77, no bairro Porto, onde era vendido o melhor bolinho de carne da cidade — atraindo clientes de todos os cantos de Cuiabá.
Por conseguinte, sinto-me à vontade para externar um acontecimento inusitado ocorrido ontem, 15 de novembro, Dia da Proclamação da República, quando foi pré-inaugurado um dos maiores empreendimentos de Mato Grosso: o Parque Novo MT.
Nesse megaevento, tive a honra e a oportunidade de trocar algumas palavras com o governador Mauro Mendes. Tentei relembrá-lo de sua iniciação na vida de pequeno empresário, mencionando sua antiga serralheria.
Para minha surpresa, ele não apenas se recordou, como também descreveu a localização da empresa: “Ficava perto de onde hoje está o salão de beleza Baretta, no Porto”, disse ele.
Além de sua serralheria, existia na época a carpintaria Leão, localizada no final da Avenida Mário Corrêa. Eram duas referências do tradicional bairro do Porto.
Passemos agora a falar desse megaempreendimento, que está situado entre as rodovias MT-010 (Rodovia Helder Cândia) e MT-251 (Estrada para Chapada dos Guimarães), a aproximadamente 8 a 11 km de Cuiabá.
O terreno, com 300 hectares, foi doado pelo Grupo Bom Futuro, em um chamamento público promovido pelo Governo do Estado.
A construção é conduzida pela empresa MT Par (Mato Grosso Participações e Projetos).
O valor da obra é estimado em R$ 900 milhões, conforme novas projeções do governo. A previsão de entrega total é até o final de 2026.
Principais estruturas do Parque Novo MT.
Autódromo: pista de 4,6 km para automobilismo, com arquibancadas e infraestrutura completa para eventos de corrida.
Kartódromo: parte da pista já concluída, com pódio, paddock e torre de observação.
Lago de 100 hectares: destinado a esportes náuticos.
Pistas esportivas: motocross, bicicross, skate, ciclismo e caminhada (5 km).
Espaço para shows e eventos: capacidade para até 80 mil pessoas, segundo informações mais recentes.
Museu do Agro: homenagem à forte presença do agronegócio no estado.
Roda-gigante: uma das atrações mais simbólicas, com 108 metros de altura e 42 cabines para 6 a 8 pessoas cada. O passeio deve durar cerca de 30 minutos.
Tudo foi muito bem projetado, com amplo estacionamento e infraestrutura planejada para receber um grande volume de visitantes.
Por conta de sua escala e ambição, o parque tem potencial para se tornar um vetor de desenvolvimento sustentável, agregando valor imobiliário à região.
É certo que os críticos de plantão provavelmente usarão o viés político para tecer críticas pontuais a esse excelente empreendimento.
Entretanto, guardadas ás devidas proporções, poucos se lembrarão de que, no governo José Fragelli, em 1975, quando a região foi planejada para abrigar o Centro Político Administrativo (CPA), muitos também criticaram a distância em relação ao centro de Cuiabá.
O resultado, contudo, foi o surgimento do bairro CPA I, em 1979, hoje uma das regiões mais valorizadas e estruturadas da capital.
Professor Lício Antônio Malheiros é jornalista, articulista e geógrafo.


