O senador José Medeiros (Pode-MT) afirmou nesta quinta-feira (29) em Plenário que o futuro governo, de Jair Bolsonaro, deu um "freio de arrumação" ao anunciar — desde já — a retirada da candidatura do Brasil para sediar a Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP-25), destinada a negociar a implementação do Acordo de Paris, em novembro de 2019.
Medeiros afirmou que nessas reuniões internacionais a "Geni" — personagem da música Geni e o Zepelim, de Chico Buarque, que leva pedradas — acaba sendo o Brasil, que estaria sendo alvo de fardos cada vez maiores, apesar de, no entendimento de Medeiros, ser a nação que "mais se preocupa em proteger o meio ambiente".
— O país que mais protege encostas, matas ciliares e é o mais enxovalhado, a Geni, o Judas. Tem gente bem intencionada nisso, mas tem gente usando como instrumento para fazer barreira comercial contra o Brasil. Por quê? Porque é difícil enfrentar esse gigante. Temos, por exemplo, o maior índice de produtividade do mundo no cerrado. Como que se enfrenta um país desse? — afirmou.
O senador disse que o assunto tem que ser tratado sem ingenuidade, caso contrário, "o mundo engolirá o país com facilidade", visto que "é fácil barrar um gigante ingênuo".
— O Brasil tem sido alvo de fardos cada vez maiores e vem cumprindo todas as exigências. Veio um Código Florestal pesado, e os produtores cumprindo tudo. O Ibama, que era plural, tornou-se um órgão policial, que recebe de fora para fazer seus serviços. Em dólares, da Noruega e de tudo que é lugar — afirmou.
Medeiros completou dizendo só haver uma saída para o país nesse momento: explorar sua vocação, que é produzir alimentos de qualidade, sem demonização do agronegócio e dos ruralistas.