Luana Marques Fernandes, 25 anos e Fabíola Pinheiro Bracelar, 22 anos, foram transferidas para o Presídio Feminino Ana Maria do Couto May, em Cuiabá. Elas chegaram na manhã desta sexta-feira (29) e foram recebidas com agressões. Detentas deram socos, chutes e arrancaram parte do cabeço das mulheres.
Elas estão na ala destinada a reeducandas que cometeram crimes semelhantes, porém duas delas estavam mais alteradas e começaram a agredi-las.
A equipe de agentes penitenciárias de plantão interveio com rapidez, evitando o agravamento da situação. As reeducandas ficaram com hematomas no rosto e foram levadas para atendimento médico.
A audiência de custódia da dupla vai ser realizada somente na terça-feira (2), às 18h, no Fórum de Arenápolis (a 258 Km a médio-norte da Capital).
De acordo com o juiz Victor Lima Pinto Coelho, as acusadas se recusaram a ser ouvidas sem a presença de um advogado e também não aceitaram participar da audiência de custódia, que iria ser realizada na quinta-feira (28), acompanhadas de um defensor público dativo, que, inclusive, nessa dada, estava no Fórum e atenderia as custodiadas.
E, por motivo de segurança, atendendo solicitação da direção da Cadeia Pública de Nortelância, o juiz determinou a transferência das acusadas para o Presídio Feminino Ana Maria do Couto May, em Cuiabá.
Luana e Fábiola eram responsáveis pelos cuidados de Davi Gustavo Marques de Souza, 3 anos, que morreu na quinta-feira (26), em Nova Marilândia, numa série de espancamento realizado pela mãe e madrasta.
Perícia realizada em Davi Gustavo confirmou a causa morte como politraumatismo, ocasionado por múltiplos espancamentos. O laudo pericial destacou compressão torácica e abdominal contra uma superfície dura, o que ocasionou ruptura dos vasos da base do coração. Além de ruptura de parte do fígado e choque hemorrágico. Davi foi abandonado pela madrasta Fabíola, já sem vida, no hospital do município. As agressões foram confessadas pela madrasta, que afirmou não gostar do menino, pois era desobediente.
“Madrasta e mãe da criança, que morreu após sessões de espancamento, estão presas em Nortelândia”
O delegado Marcelo Henrique Maidame responsável por conduzir o inquérito, afirma que o que mais chamou a atenção nos depoimentos de Fabíola e Luana foi exatamente a frieza. A madrasta de Davi confessou ao delegado as agressões e que sempre batia com cinto. Ela destacou que os espancamentos ocorriam quando Luana não estava em casa e que ameaçava o menino para não contar para mãe. As lesões no menino eram explicadas como quedas de bicicleta ou durante uma brincadeira. Já Luana disse que desconhecia as agressões.
Maidame frisa que também está avaliando a possibilidade de autuar o pai por negligência e omissão. Em depoimento, o pai afirmou ao delegado que sabia das agressões e chegou a reportar ao Conselho Tutelar de Nova Mutum, cidade onde mora, sem êxito. Outras testemunhas que também prestaram depoimento afirmaram que os espancamentos eram constantes.
Demitida
Fabíola foi exonerada nesta quinta-feira (28) da Prefeitura de Nova Marilândia. Ela ocupava o cargo de monitora de um programa desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da Associação Mato-Grossense dos Municípios (AMM).
“O prefeito Juvenal Alexandre da Silva, no uso de suas atribuições legais, resolve exonerar a servidora a partir de 27 de novembro”, diz trecho da publicação.
O Bom da Notícia continua acompanhando este caso.