A Assembleia Legislativa de Mato Grosso deve instalar, nos próximos dias, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Feminicídio para investigar o aumento dos casos no Estado. O pedido foi protocolado pela deputada Edna Sampaio (PT) e já recebeu o apoio de outros nove parlamentares.
A proposta é que a condução da CPI seja liderada por mulheres. Edna e outras duas deputadas - Janaina Riva (MDB) e Sheila Klener (PSDB) -, devem anunciar as conduções do trabalho nesta terça-feira (26), em coletiva de imprensa.
O objetivo da Comissão é investigar o aumento dos feminicídios em Mato Grosso, identificar responsabilidades nas diferentes esferas federativas e propor políticas públicas de combate à violência contra a mulher, além de propor medidas concretas de prevenção e combate à violência contra mulheres.
O requerimento já conta com apoio de outros dez parlamentares: Wilson Santos (PSD), Doutor João (MDB), Janaina Riva (MDB), Thiago Silva (MDB), Lúdio Cabral (PT), Faissal Kalil (Cidadania), Elizeu Nascimento (PL), Sheila Klener (PSDB), Eduardo Botelho (UB) e Júlio Campos (UB).
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, Mato Grosso lidera pelo segundo ano consecutivo o ranking nacional de feminicídios proporcionais à população. Em 2024, foram 47 mulheres assassinadas por motivação de gênero, o que corresponde a 1,23 casos por 100 mil habitantes.
Neste ano, entre janeiro e agosto, foram contabilizados 36 feminicídios, conforme dados do Observatório Caliandra, do Ministério Público do Estado (MPE).
O caso mais recente foi registrado no último domingo (24). A fonoaudióloga Ana Paula Abreu Carneiro de Oliveira, 33 anos, foi brutalmente assassinada com mais de 15 facadas pelo companheiro, Lucas França, de 22 anos. Quatro dias antes do crime, a vítima fez uma publicação nas redes sociais se declarando para o então companheiro.