Ex-secretário de Saúde de Cuiabá Luiz Antônio Pôssas de Carvalho - afastado do cargo na Operação Overpriced por decisão da 7ª Vara Criminal de Cuiabá - afirmou durante seu depoimento nesta quarta-feira (26), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), da Câmara de Cuiabá, que boa parte dos medicamentos vencidos encontrados no Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos de Cuiabá (CDMIC), foram adquiridos na gestão Mauro Mendes (2013-2016), que hoje é governador do Estado.
Possas disse que, assim que assumiu a pasta em dezembro de 2018, visitou CDMIC e descobriu os medicamentos vencidos. Diante da informação, decidiu contratar uma empresa para realizar uma auditoria completa. Porém, a auditoria não foi concluída após o ex-vereador Marcelo Bussiki (DEM) denunciar a contratação da empresa ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Ex-secretário diz que viu e sabia de medicamentos vencidos
"Eu recebi um relatório preliminar em agosto de 2019 que acusou uma série de medicamentos vencidos de 2014, 2015, 2016, 2017, 2018 e 2019. Outro detalhe, esses medicamentos ainda eram adquiridos pelo histórico de 2016. Na época, nosso interesse não era saber quem era o responsável, mas sim criar um histórico daí pra frente para que não faltasse medicamentos", disse.
O ex-secretário também afirmou que na sua gestão conseguiu diminuir os preços da aquisição de medicamentos e disse que a responsabilidade da compra de insumos é compartilhado com os secretários-adjuntos.
"Infelizmente o secretário não define tudo que acontece na secretaria. Não sou eu faço dispensa de medicamentos, o secretário teria que ser onipresente para conseguir acompanhar todos os acontecimentos’" disse. Sobre o contrato com a empresa Norge Pharma no valor R$ 9 milhões para gerenciar o CDMIC, ocorreu através da secretaria de Gestão e não a de Saúde.