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BRASIL & MUNDO Domingo, 21 de Outubro de 2018, 11:45 - A | A

Domingo, 21 de Outubro de 2018, 11h:45 - A | A

EDUCAÇÃO

Crianças superdotadas são menos de 0,04% dos estudantes no Brasil

R7

O Brasil tem 19.699 alunos com superdotação ou altas habilidades matriculados na educação básica em todo país, segundo dados do Censo Escolar de 2017 do Ministério da Educação. 

 

O número representa apenas 0,04% dos mais de 48 milhões de alunos matriculados nesta fase escolar. Em São Paulo, a rede municipal de ensino registrou 42 alunos com esse perfil. A maioria destes alunos estudam em classes comuns, misturados a outros alunos. Apenas 248 crianças estudam em escolas exclusivas ou especializadas para o atendimento de superdotação.   

 

Ada Toscanini, presidente da APAHS (Associação Paulista para Altas Habilidades e Superdotação), afirma que os números são baixos pois existe uma subnotificação.  

 

"As escolas e até mesmo os pais não estão preparados para identificar e principalmente trabalhar e desenvolver o potencial de crianças com superdotação ou altas habilidades", afirma.   

 

No início deste ano, o MEC iniciou um trabalho para cadastrar crianças com superdotação e altas habilidades no país, mas o projeto ainda está em desenvolvimento. 

 

A ideia é mapear os alunos com este perfil e elaborar um plano adequado para desenvolver o potencial destas crianças. "Elas precisam ser estimuladas e compreendidas, pois desenvolvem e perdem interesse para determinados assuntos com muita facilidade, então é um desafio para o professor, que neste tipo de ensino faz o papel de mediador com a criança", ressalta Ada.   

 

Entidades como a APAHS (Associação Paulista para Altas Habilidades e Superdotação) desenvolvem, sem ajuda do setor público, atividades e atendimento especializado na educação de crianças com este perfil. Durante pouco mais de duas horas, o R7 conversou com alguns alunos da associação sobre diversos assuntos que revelam o potencial de interesse e capacidade destas crianças. 

 

O que pensam essas crianças?   

 

Isabela Yamamoto está preocupada com o grande número de fábricas que emitem poluentes no planeta. João Pedro busca entender se existe a possibilidade de a Terra ser extinta em algum momento de sua vida. Guilherme Bertolani acha que a corrupção no setor público prejudica as pessoas. Já Guilherme Chem anda preocupado com o seu futuro e teme não conseguir se aposentar.  

 

Preocupações absolutamente normais, se não fossem apenas crianças. Isabela tem 7 anos, João, 8, Guilherme, 9, e Chem, 11. Como toda criança gostam de brincar, conversar, são curiosos e inteligentes. Só que nesse caso muito mais inteligentes que a média. 

 

Com a doçura típica de uma menina de 7 anos, mesmo em meio a sua preocupação em eliminar o problema da poluição no planeta, Isabela conta que adora poder conversar e brincar com uma amiga vizinha, com quem também faz aulas de natação.