O ex-presidente Lula participou de um evento em defesa da cultura no Circo Voador, no Rio de Janeiro , na noite desta quarta-feira. Ao lado da namorada, Janja, e discursando para militantes, artistas e intelectuais, o petista criticou o desmonte da cultura feito pelo governo federal e chegou a comparar o Brasil governado por Bolsonaro à Alemanha de Hitler: "Como na Alemanha nazista, querem destruir o Brasil começando pela cultura", afirmou.
Ao contrário do usual, Lula , preservando sua garganta por recomendações médicas, leu um discurso previamente escrito - o que não o impediu de, eventualmente, assumir o tom enérgico que a sua militância está acostumada a ouvir. "A minha relação com vocês não é eleitoral, é um compromisso de fé", disparou, ao final, sendo ovacionado pelas arquibancadas lotadas do Circo Voador.
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O ex-presidente também aproveitou para rebater as críticas pela radicalização de seu discurso: "Não diga que eu saí mais radical da cadeia, diga que eu saí mais consciente", garantiu. Em seguida, disse que, durante seu tempo encarcerado em Curitiba, leu muitos livros sobre racismo e história da África, e que está determinado a combater o "arraigado racismo institucional brasileiro".
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Lula listou inúmeras medidas e investimentos culturais de seus governos e afirmou que "é através da cultura que o povo brasileiro vai fazer a revolução que esse país precisa". "Fernanda Montenegro, olhando 30 segundos pra uma câmera, fez mais que o Bolsonaro sentado por 30 anos numa cadeira de deputado", disse, arrancando risadas e aplausos dos presentes.
Ele também alegou inocência de todas as acusações e fez fortes críticas a Moro e Dallagnol. "Se tem alguém nesse país capaz de formar quadrilha, é o Dallagnol com a força-tarefa da Lava Jato".
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Por fim, homenageou o educador e filósofo Paulo Freire . "Esse país não pode distribuir arma, tem que distribuir livro".
2020
O evento no Circo Voador reuniu também diversas figuras políticas da esquerda carioca, como o deputado federal Marcelo Freixo ( PSOL -RJ) e as deputadas federais Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Benedita da Silva (PT-RJ), que poderão disputar entre si os votos da esquerda para a prefeitura do Rio de Janeiro em 2020. Os três tiveram discursos conciliatórios e de união, chegando a cantar a música "Juízo Final", de composição de Nelson Cavaquinho, juntos.
Além deles, estiveram presentes também a ex-presidente Dilma Rousseff, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, a presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, o ex-ministro da Defesa, Celso Amorim e o ex-senador Lindbergh Farias.
*Estagiário sob supervisão de Thiago Antunes
Fonte: IG Política