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CIDADES Quarta-feira, 04 de Novembro de 2020, 11:16 - A | A

Quarta-feira, 04 de Novembro de 2020, 11h:16 - A | A

CASO RODRIGO CLARO

Em função de caso Rodrigo, Ledur é ‘barrada’ de novo na promoção de capitã e não vai desistir

Rafael Martins/O Bom da Notícia

A tenente do Corpo de Bombeiros Izadora Ledur de Souza Dechamps foi “barrada” para a promoção ao cargo de capitã. No início do mês de outubro, Ledur entrou na lista como apta para ascensão de patente.

No entanto, boletim eletrônico da corporação confirmou a exclusão do nome da oficial pelo fato de estar respondendo processo administrativo de natureza demissória. Conforme sempre noticou O Bom da Notícia, Izadora é acusada de tortura e morte do aluno Rodrigo Claro, que morreu em 15 de novembro de 2016. O aluno era alvo de “caldos” durante aula de salvamento aquático.

O Ministério Público do Estado (MP) já havia manifestado pela condenação e exclusão de Ledur da corporação. Promotor Paulo Henrique Amaral Motta reforça tortura e perseguição que Claro sofria. 

O pedido será analisado pelo juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar de Cuiabá. O magistrado já marcou para 27 de janeiro de 2021 julgamento de Ledur.

Após 4 anos, enfim, foi marcado para 27 de janeiro de 2021 o julgamento final do processo contra a tenente Ledur, ré pelo crime de tortura que culminou na morte do aluno bombeiro Rodrigo Claro, em novembro de 2016.

A última etapa para condenar ou absolver Ledur do crime foi marcada para às 13h, na 11º Vara Militar, no Fórum de Cuiabá. Na ocasião, ela vai ser julgada por quatro militares do Corpo de Bombeiros que atuarão como juízes. O caso será presidido pelo juiz Marcos Faleiros. 

Mais um

Tenente-coronel Licínio Ramalho Tavares também foi excluído da promoção. Ele era o responsável pelo curso de formação ao qual Rodrigo participava. Neste caso, o militar foi beneficiado com um acordo na Justiça.

Mas a exclusão é oriunda de uma denúncia em que o tenente-coronel e outro militar comercializaram materiais de uso obrigatório para alunos. Segundo o MP, aproveitaram-se das funções que exerciam para vender aos alunos os materiais exigidos para a realização de aulas práticas. A denúncia destaca que os alunos eram obrigados a comprar dos militares, sendo inclusive ameaçados

Mãe chora até hoje

Em entrevista ao O Bom da Notícia, a mãe de Rodrigo Claro, Jane  Claro, comemora a 'exclusão' deLedur do cargo de capitã. A mãe confirma, até hoje, que Rodrigo era perseguido e tinha medo da tenente. Ainda sofrendo a perda do filho, Jane destaca que a esperança da família é que a justiça seja feita e que Ledur  seja  punida  pela  tortura  que  resultou  na  morte  de  Rodrigo. 

“Eu  confio  muito  na  justiça  de  Deus,  mas  preciso  confiar  na  justiça  dos  homens,  material,  prova  tem.  Espero,  como  mãe,  que  seja  feita a justiça”, disse a mãe à imprensa no Fórum.

O caso

O aluno morreu no dia 15 de novembro de 2016 após participar de treinamento e atividades aquáticas, pelo 16º Curso de Formação de Soldado Bombeiro de Mato Grosso.  

Segundo denúncia do Ministério Público, a vítima foi submetida, por várias vezes a sessões de afogamento durante a travessia na lagoa, sob o comando da tenente Ledur, o que resultou na sua morte.   

Ledur responde também processo criminal, por tortura, resultando em morte, na Justiça Militar. A tenente ficou mais de 700 dias de licença médica após a morte do aluno. Voltou recentemente para a corporação e tenta a promoção para capitã.