A Polícia Civil de Mato Grosso, com o apoio do Tribunal de Justiça (TJMT), deflagrou nesta quarta-feira (30) a Operação Sepulcro Caiado. O objetivo é desmantelar um sofisticado esquema de fraudes que causou um prejuízo estimado em mais de R$ 21 milhões aos cofres públicos. Mais de 160 mandados judiciais estão sendo cumpridos em Cuiabá, Várzea Grande e Marília (SP).
As investigações da Delegacia Especializada de Estelionato de Cuiabá revelaram que o grupo criminoso, composto por empresários, advogados e até servidores do Poder Judiciário, ajuizava ações de cobrança e, de forma fraudulenta, simulava a quitação de dívidas com comprovantes de pagamento falsificados. Em seguida, um servidor do TJMT fazia a transferência de valores para permitir o resgate de alvarás de forma indevida. Esse esquema já gerou 17 processos fraudulentos identificados entre 2018 e 2022.
Quem São os Alvos da Operação
A Operação Sepulcro Caiado mira indivíduos-chave nesse esquema fraudulento. Foram expedidos 11 mandados de prisão preventiva, e os seguintes nomes são alvos de detenção:
-
Wagner Vasconcelos de Moraes
-
Melissa França Praeiro Vasconcelos de Moraes
-
João Gustavo Ricci Volpato
-
Luiza Rios Ricci Volpato
-
Augusto Frederico Ricci Volpato
-
Rodrigo Moreira Marinho
-
Themis Lessa da Silva
-
João Miguel da Costa Neto
-
Régis Poderoso de Souza
-
Mauro Ferreira Filho
-
Denise Alonso
Além das prisões, 22 mandados de busca e apreensão estão sendo executados em endereços ligados aos envolvidos, incluindo residências e empresas. Entre os alvos de busca e apreensão estão:
-
Wagner Vasconcelos de Moraes
-
Melissa França Praeiro Vasconcelos de Moraes
-
Escritório de Advocacia França e Moraes
-
João Gustavo Ricci Volpato
-
Flávia de Oliveira Santos Volpato
-
Luiza Rios Ricci Volpato
-
Augusto Frederico Ricci Volpato
-
Júlia Maria Assis Asckar Volpato
-
RV Empresa de Cobrança LTDA
-
Labor Fomento Mercantil LTDA
-
Rodrigo Moreira Marinho
-
Themis Lessa da Silva
-
João Miguel da Costa Neto
-
Guilherme Porto Corral
-
Mauro Ferreira Filho
-
Keyyly Gonçalves Martinez
-
Eva da Guia Magalhães
-
Cláudia Regina Dias de Amorim Del Barco Correa
-
Denise Alonso
As vítimas desse esquema incluem empresários e pessoas físicas que se viram com processos judiciais e dívidas “quitadas” que, na realidade, eram fraudulentas, com valores que chegavam a R$ 1,8 milhão, muito acima dos empréstimos originais. As ações criminosas envolviam desde a cobrança de valores muito superiores às dívidas reais até a criação de documentos falsos por servidores públicos e a lavagem de dinheiro através de uma complexa rede de empresas e contas.
Além dos mandados de prisão e busca, a operação resultou no bloqueio judicial de R$ 21,7 milhões, 46 quebras de sigilo fiscal e bancário, e o sequestro de 18 veículos e 48 imóveis. A investigação segue em andamento para identificar outros envolvidos e a real extensão dessa complexa rede de fraudes.