Em sessão ordinária realizada na manhã desta terça-feira (10), a Câmara de Vereadores de Chapada dos Guimarães, aprovou requerimento para realização de Audiência Pública para discutir as obras de retaludamento do morro do Portão do Inferno, localizada na MT-251, a estrada de Chapada. A Audiência Pública será realizada no próximo dia 19, quinta-feira, às 19h.
Os vereadores atenderam a pedido de moradores locais, que cobram mais informações sobre a obra e um plano de mobilidade, que ainda não foi apresentado pelo Governo do estado.
Por diversas vezes, o grupo de reuniu com os vereadores também utilizaram a Tribuna Livre da Câmara para se manifestar sobre a falta de informações, principalmente sobre o impacto social que a obra vai causar a população de Chapada dos Guimarães e seus visitantes.
Além disso, os moradores apontam que obras foram impostas na região e a população do município não teve oportunidade de opinar sobre como os impactos influenciariam no comércio e turismo da região.
Relatório elaborado pelo Centro de Apoio Técnico à Execução Ambiental do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) expôs inúmeras falhas na decisão do Governo de Mato Grosso de realizar o retaludamento do morro no Portão do Inferno.
O relatório, assinado pelo analista geólogo Edvaldo José Oliveira, está parado no Ministério Público desde a sua assinatura, em 26 de agosto deste ano.
Segundo o relatório, apesar de se tratar de uma área de risco, a medida escolhida pelo Governo desconsidera o impacto na geodiversidade da região e, além disso, não é a medida mais eficaz para evitar a queda de blocos de rocha no local. O documento analisa diversos outros documentos, elaborados inclusive pela própria Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra-MT) e conclui que a escolha do Governo será a de maior impacto e terá baixa eficiência.
De acordo com o Governo do estado, as obras realizadas são de retaludamento, técnica usada para evitar deslizamentos de terra e melhorar a segurança e a estabilidade do terreno, já que em dezembro de 2023 foram registrados duas quedas de rochas na região, em menos de 24 horas. Na época, o Governo de Mato Grosso decretou situação de emergência.