A deputada federal Gisela Simona e o Coronel Assis, do União Brasil, integram junto com outros três colegas da bancada de Mato Grosso, do PL, Abilio Brunini, Coronel Fernanda e José Medeiros, comissão externa para investigar a crise humanitária dos indígenas Yanomami, na região norte do país.
A delegação foi criada nesta última terça-feira(14), pelo presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira(PP-AL).
Além do União e do PL, o colegiado ainda foi composto por parlamentares do MDB e do Republicanos e será coordenado pela Coronel Fernanda, sem a presença na comissão de nenhum deputado ligado a partidos de esquerda.
Já há algum tempo o povo Yanomami tem enfrentado problemas com a invasão de garimpeiros ilegais em seu território, resultando em grandes conflitos e destruição de meio ambiente. Além da disseminação de doenças e um aumento de 50% no número de mortes de yanomamis.
Desde janeiro do ano passado, o governo do presidente Lula executa uma força-tarefa com o objetivo de reduzir a situação de longa data de desassistência sanitária na região habitada pela etnia, que abrange parte dos estados de Roraima e Amazonas.
Relatório do Instituto Socioambiental (ISA) e da Hutukara Associação Yanomami, divulgado nesta sexta-feira (26), apontou que o garimpo cresceu 7% no ano passado em comparação com o ano de 2022. E, de acordo com especialistas, há problemas crônicos da região que perduram há anos e não possuem resolução simples.
Em março deste ano, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, admitiu dificuldade do governo Lula em combater garimpeiros ilegais na Terra Indígenas Yanomami. E, conforme a ministra, uma mudança de estratégia na rotina dos garimpeiros atrapalhou o trabalho de fiscalização do governo.
Todos os membros da Comissao
Compõem o colegiado os deputados Abilio Brunini (PL-MT), Gisela Simona (União-MT), Coronel Fernanda(PL-MT), Coronel Assis (União-MT), José Medeiros (PL-MT), Capitão Alberto Neto (PL-AM), Coronel Chrisóstomo (PL-RO), Cristiane Lopes (União-RO), Dr. Fernando Máximo (União-RO), Gabriel Mota (Republicanos-RR), Lucio Mosquini (MDB-RO), Nicoletti (União-RR), Pastor Diniz (União-RR) e Silvia Cristina (PL-RO).
Entenda
Em janeiro de 2023, a agência Sumaúma noticiou que 570 crianças de até cinco anos morreram de doenças evitáveis, entre 2019 e 2022, na Terra Indígena (TI) Yanomami (AM-RR). As fotos de crianças e idosos esquálidos, desnutridos, divulgadas na imprensa e nas redes sociais causaram comoção dentro e fora do Brasil.
Acompanhado de vários ministros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi a Roraima no início de seu governo, avaliar a crise. O governo decretou emergência de saúde na área e anunciou uma série de medidas, como o envio de equipes médicas à região e a instalação de um hospital de campanha em Boa Vista.
A repercussão do caso gerou indignação, dúvidas, surpresa, com a impressão de que o problema veio a público após saída do Palácio do Planalto, do ex-presidente Jair Bolsonaro(PL). A direita, claro, classifica a situação como uma “farsa da esquerda”. E como está entre os membros do colegiado a deputada Silvia Waiãpi (PL-AP), que foi secretária de saúde indígena do governo de Jair Bolsonaro (PL), acredita-se que esta comissão seja capaz, de fato, de trazer à tona a realidade do povo indígena 'sem máscaras'.