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POLÍTICA Quinta-feira, 21 de Junho de 2018, 09:23 - A | A

Quinta-feira, 21 de Junho de 2018, 09h:23 - A | A

FRAUDES EM LICITAÇÃO

Ex-prefeito de Torixoréu é preso em operação "Pedra Preta" da PF

Kamila Arruda, da Redação

O ex-prefeito de Torixoréu (MT), Odoni Mesquita Coelho, ex-marido da atual prefeita do município, Inês Coellho, foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (21), durante a deflagração da "Operação Pedra Petra". Ele é o principal alvo das investigações que levatam a suspeita de fraude em licitação no Executivo, entre outras práticas criminosas.

 

De acordo com a Polícia Federal, a operação Pedra Preta tem como objetivo desmantelar esquema criminoso atuante no município. Cerca de 15 policiais federais cumprem um mandado de prisão e quatro mandados de busca e apreensão em Torixoréu (MT). As ordens judiciais foram expedidas pela Justiça Federal de Barra do Garças/MT.

 

As investigações tiveram início em 2015 para apurar os crimes de peculato, omissão na prestação de contas de recursos federais, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

 

Provas obtidas apontam que o principal investigado, um agente público da Prefeitura de Torixoréu, fraudou licitação e desviou recursos de convênio da administração municipal, pagando a uma empresa contratada cerca de R$ 600 mil sem que qualquer obra tivesse sido realizada até fevereiro de 2015.

 

O suspeito contratou outra empresa e adquiriu diretamente os materiais e insumos necessários ao início da execução da obra, sem licitação, custeando o serviço com recursos diversos do convênio, inclusive com recursos próprios da prefeitura.

 

Com os valores desviados, o investigado comprou um imóvel rural de R$ 700 mil, registrando-o em nome de terceiro (laranja), consumado o crime de lavagem de dinheiro diante da ocultação/dissimulação e integração dos valores obtidos em razão dos crimes de peculato anteriormente comprovados.

 

O crime de organização criminosa foi caracterizado tendo em vista a engenhosidade levada a efeito pelos autores para o fim de consubstanciar os desvios aos cofres públicos e a evidente ordenação e divisão de tarefas entres os associados.

O agente público já foi indiciado em outros dois inquéritos da PF pelo desvio de recursos federais (peculato), por meio de pagamentos de obras não realizadas na mesma época.

 

O nome da operação remete à origem do nome do município de Torixoréu (MT), onde os fatos criminosos foram consumados. Do idioma indígena bororo, a tradução da palavra “torixoréu” significa pedra preta.