O governador Mauro Mendes (UB) comentou, através das redes sociais, a Operação Office Crimes – A Outra Face, deflagrada pela Polícia Civil nesta quinta-feira (06). A ação teve como alvo cinco policiais militares da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam) e o caseiro de uma chácara, possível autor dos disparos que resultaram na morte do ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), advogado Renato Nery, em 5 de julho de 2023.
Na publicação, Mendes afirmou que a prisão dos militares demonstra que o programa Tolerância Zero, desenvolvido pelo Governo do Estado para combater a criminalidade em Mato Grosso, irá "cortar na carne" e punir crimes cometidos por agentes de segurança pública.
“Esses policiais terão o direito de se defender. Entretanto, com essa prisão, fica claro que o programa Tolerância Zero é tolerância zero! Para fora e para dentro! E que vamos, sim, cortar na carne qualquer crime cometido dentro das nossas forças de segurança”, afirmou.
O governador também informou que a Polícia Militar abriu uma Comissão Processante para apurar o suposto envolvimento dos membros da Rotam no assassinato do advogado.
“A Polícia Militar já abriu uma comissão processante que acompanhará as investigações, independentemente da Polícia Civil. Se realmente forem culpados, serão expulsos e receberão o tratamento que qualquer pessoa que comete crime deve receber”, disse.
Apesar de reconhecer a existência de casos de corrupção na polícia do estado, Mendes destacou que a Polícia Civil solucionou 90% dos crimes ocorridos em Mato Grosso, um índice muito superior à média nacional.
“A Polícia Civil de Mato Grosso realizou uma operação e prendeu alguns policiais militares que supostamente estão envolvidos no assassinato de um advogado no estado. Primeiro, quero parabenizar a Polícia Civil pelo trabalho que vem fazendo, pois, em Mato Grosso, nossa Polícia Civil tem 90% de elucidação dos crimes cometidos, enquanto a média nacional é de apenas 40%”, ressaltou.
Entenda o caso
A Polícia Civil concluiu que Alex Roberto de Queiroz Silva, caseiro de uma propriedade em Várzea Grande, foi o responsável pelos disparos que mataram o advogado Renato Nery em 5 de julho de 2023. O crime aconteceu em plena luz do dia, em frente ao escritório de Nery, na Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá. Silva foi preso na chácara onde trabalhava, durante a Operação Office Crimes – A Outra Face, deflagrada pela Polícia Civil. Além da prisão, os agentes apreenderam a arma utilizada no assassinato e a motocicleta usada na fuga.
As investigações apontam que Silva trabalhava para o policial militar Heron Teixeira Pena Vieira, que teve a prisão decretada, mas segue foragido. Durante a operação, foram cumpridos seis mandados de prisão temporária e dois de busca e apreensão. Entre os detidos, estão cinco policiais militares da Rotam, sendo que um deles continua foragido. A Polícia Civil investiga ainda a possível participação de outros membros da corporação no crime.
Segundo as autoridades, o assassinato teria sido motivado por uma disputa de terras, e os indícios apontam o envolvimento de membros da Polícia Militar. Câmeras de segurança registraram o momento em que Nery foi baleado e caiu no chão. Ele chegou a ser socorrido e passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos. A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) continua apurando o caso e, em novembro de 2024, cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de investigados em Cuiabá e Primavera do Leste.