O vereador Dídimo Vovô (PSB) acusou o prefeito Abilio Brunini (PL) de presentear os trabalhadores da Empresa Cuiabana de Zeladoria e Serviços Urbanos (Limpurb) com um “Cavalo de Troia”, após anunciar a redução da jornada de trabalho em razão da onda de calor que atinge a capital. No entanto, em contrapartida, também comunicou a demissão de 100 servidores.
Segundo Dídimo, após a demissão em massa, Cuiabá passa a ter um déficit de 70% de profissionais para a execução dos serviços de zeladoria na cidade.
“Ele foi lá e demitiu 100 profissionais que mantêm a limpeza do município de Cuiabá. Nós temos 400 profissionais, demitiu 100, e temos uma necessidade mínima de 800. Estão com déficit hoje, totalizando 70%”, disse em entrevista na Câmara Municipal nesta terça-feira (2).
Apesar de concordar com o prefeito sobre a redução da jornada de trabalho, o vereador, que integra a oposição a Abilio na Câmara, afirmou que aplicaria a medida de maneira diferente, propondo a divisão das equipes em dois turnos, em vez de reduzir a carga para cinco horas e meia.
“O prefeito ontem fez uma política para atender aqueles profissionais, e eu concordo com isso. De fato, é bom, é viável, mas eu faria de uma forma totalmente diferente: em dois turnos, dividiria as equipes. Ele reduziu a jornada para cinco horas e meia”, pontuou.
Por fim, o parlamentar alegou que a capital “está abandonada”, a situação da cidade se agravou com as demissões e a falta de mão de obra suficiente.
“Então, Cuiabá hoje está abandonada. É só visitar os bairros. Hoje o município não consegue fazer a limpeza nem nas principais vias, como Leandro Corrêa, Avenida das Torres e Miguel Sutil. Entre em qualquer outro bairro — não precisa ser periférico ou distante —, vá ao Santa Rosa ou a outros bairros”, afirmou.
Justificativa para as demissões
Em uma publicação nas redes sociais, o prefeito Abilio afirmou que a medida faz parte do processo de reorganização administrativa após o encerramento do contrato da Prefeitura com a empresa MD Terceirizados, responsável pela execução dos serviços.
O contrato com a MD Terceirizados foi encerrado em maio. Para evitar uma demissão em massa, a Prefeitura adotou um modelo emergencial, conhecido como pagamento indenizatório, que permitiu a continuidade temporária das atividades.
Entretanto, conforme explicou o prefeito, a legislação exige a abertura de um novo processo licitatório. “Não podemos mais manter esse formato, porque não é permitido por lei. Já demos início à licitação, na qual qualquer empresa poderá participar. O que importa é que será feito com transparência e dentro da lei”, afirmou Brunini.