Ao defender o projeto de lei de sua autoria que prevê implantar um ‘toque de recolher’ para as distribuidoras de bebidas em Cuiabá, com funcionamento permitido entre 5h da manhã e 23h59, o vereador Raffael Ranalli (P), que também é policial federal, alegou que muitos desses estabelecimentos são utilizados pelo Comando Vermelho para lavar dinheiro do crime organizado.
“A gente sabe também, pelo lado policial, que várias distribuidoras servem como lavagem de dinheiro do Comando Vermelho ou de outras facções criminosas, isso é fato”, disse em entrevista nesta terça-feira (2), na Câmara Municipal.
De acordo com o parlamentar, ele se inspirou em legislações semelhantes já existentes em Brasília e Goiânia, que, segundo ele, têm resultado em mais segurança para a população. Ranalli ressaltou que o ‘toque de recolher’ não tem como objetivo fechar as distribuidoras da capital, mas apenas determinar que, a partir da meia-noite até 5h da manhã, funcionem exclusivamente na modalidade delivery.
“Porém, o projeto não é para isso, não é esse o intuito. Simplesmente estou seguindo uma lei que vi em Brasília e Goiânia e lá tem dado resultado. O que acontece é que, da meia-noite às cinco da manhã, as distribuidoras só funcionam de forma delivery, entregando na casa da pessoa. Então, eu não quero que feche nada, não quero que ninguém perca o emprego, o que eu não quero é aquela movimentação e o trânsito de pessoas, muitas vezes alcoolizadas, indo buscar mais álcool, mandando o filho ou a filha”, pontuou.
Ciente de que a medida pode ser considerada impopular, Ranalli afirmou que como policial conhece de perto os prejuízos que esses estabelecimentos vêm causando à população.
“É impopular? Provavelmente pode ser! Mas eu estou do lado policial e sei os prejuízos que essas distribuidoras têm causado a várias famílias cuiabanas, tanto na questão do barulho quanto na lavagem de dinheiro”, afirmou.