Domingo, 09 de Fevereiro de 2025

POLÍTICA Terça-feira, 11 de Junho de 2024, 12:53 - A | A

Terça-feira, 11 de Junho de 2024, 12h:53 - A | A

CHORO NA TRIBUNA

Vereador emedebista alvo de operação da PF pede afastamento e diz que vai provar sua inocência

Luciana Nunes/ O Bom da Notícia

O vereador Paulo Henrique (MDB), que na semana passada foi um dos alvo de busca e apreensão na Operação Ragnatela, desencadeada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), pediu licença parlamentar de 31 dias. O anúncio foi feito durante a sessão desta terça-feira (11).

“Quero comunicar a esta Casa, que neste momento, vou protocolar a minha licença de 31 dias. A minha prioridade, desse servidor de 36 anos de serviço público, é a minha honra, é a minha família. Fui acusado de atuar para liberação de alvarás para shows em troca de benefício e vantagens. Como vereador, fui procurado por promotores de shows pretendendo a liberação de licenças e alvarás. Sempre me limitei a encaminhar tais pedidos para a pasta especifica. Sem nunca ter requerido qualquer privilégio a qualquer pessoa que seja”, disse.

Paulo Henrique reafirmou seu compromisso com a verdade e a transparência, comprometendo-se a cooperar com as autoridades para elucidar os fatos.

Ele agradeceu o apoio de seus colegas e eleitores, reiterando sua confiança de que a justiça prevalecerá. “Isso eu falo com tranquilidade, pela honra da minha família, pela honra dos meus eleitores e por esses 36 anos de prefeitura que vou provar sim nos autos é um momento que eu venho aqui passar essa satisfação de cada um de vocês”, disse.

Paulo disse que tem um filho autista de cinco anos de idade, que não estava entendendo a ação da polícia em sua casa e questionou a mãe. "Meu filho, que estava em casa e é autista, perguntou para a mãe: será que a polícia vai atirar no papai?". Ao contar esse epísódio, Paulo chorou e ficou em silêncio por alguns segundos. "Pela honra de minha familia vou provar nos autos que não faço parte de nenhuma facção", finalizou. 

Representação

O fato do parlamentar se ausentar por 31 dias do parlamento cuiabano não vai impedir, contudo, que ele seja investigaddos pela Comissão de Ética da Câmara.  De acordo com a vereadora Maysa Leão (Republicanos), uma das parlamentares que solicitaram representação contra o vereador Paulo Henrique (MDB) na Comissão de Ética, o pedido de licença não irá anular o processo realizado pelos vereadores.

Assinaram o documento, além da vereadora Maysa Leão (Republicanos), Michelle Alencar (União Brasil) e os vereadores, Demilson Nogueira (PP), Dilemário Alencar (União Brasil), Eduardo Magalhães (Republicanos). Luiz Fernando (União Brasil), e Sargento Joelson (PSB). Durante a sessão, as assinaturas de Robinson Cireia (PT) e Rogério Varanda (PSDB) somaram suas assinaturas à propositura.

Operação Ragnatela 

A operação cumpriu oito mandados de prisão preventiva e 36 de busca e apreensão em Mato Grosso e Rio de Janeiro, além do sequestro de imóveis e veículos, bloqueio de contas bancárias, afastamento de servidores de cargos públicos e suspensão de atividades comerciais.

As ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da Comarca de Cuiabá. 

O esquema seria chefiado por Joadir Alves Gonçalves, conhecido como "Jogador", que foi preso. 

A Ficco-MT é composta por Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar de Mato Grosso.