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STF retoma julgamento de prisão após condenação em segunda instância

IG Política


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Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O julgamento sobre a validade da prisão em segunda instância do Supremo Tribunal Federal (STF) segue nesta quinta

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quinta-feira (7), às 14h, o julgamento sobre a constitucionalidade da execução provisória de condenações criminais, conhecida como prisão após segunda instância. A expectativa é de que o julgamento seja finalizado hoje, quando ocorre a quinta sessão da Corte para discutir a questão.

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Até o momento, o placar do julgamento no STF está 4 votos a 3 a favor da medida. As leituras começam com a ministra Cármen Lúcia, que será seguida por Gilmar Mendes, Celso de Mello e Dias Toffoli, nessa ordem. Antes do voto de Toffoli, presidente do Supremo e, portanto, o último a votar, a previsão é que o placar fique em 5 a 5 e ele fique com o voto de minerva para desempatar o resultado.

Para que o impacto da decisão não seja tão grande, existe a possibilidade que Toffoli sugira uma solução intermediária para prisão somente após o julgamento de recursos no Supremo Tribunal de Justiça (STJ). Assim, o órgão colegiado funcionaria como uma espécie de 3ª instância e o caso mais conhecida, do ex-presidente Lula, não seria afeetado e o petista continuaria preso.

O julgamento começou no dia 17 de outubro, quando a Corte começou a julgar definitivamente três ações declaratórias de constitucionalidade (ADCs), relatadas pelo ministro Marco Aurélio e protocoladas pela Ordem dos Advogados, pelo PCdoB e pelo antigo PEN, atual Patriota.

O entendimento atual do Supremo permite a prisão após condenação em segunda instância, mesmo que ainda seja possível recorrer a instâncias superiores. No entanto, a OAB e os partidos sustentam que o entendimento é inconstitucional e uma sentença criminal somente pode ser executada após o fim de todos os recursos possíveis, fato que ocorre no STF e não na segunda instância da Justiça, nos tribunais estaduais e federais. Dessa forma, uma pessoa condenada só vai cumprir a pena após decisão definitiva do STF.

A questão foi discutida recentemente pelo Supremo ao menos quatro vezes. Em 2016, quando houve decisões temporárias nas ações que estão sendo julgadas, por 6 votos a 5, a prisão em segunda instância foi autorizada. De 2009 a 2016, prevaleceu o entendimento contrário, de modo que a sentença só poderia ser executada após o Supremo julgar os últimos recursos.

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Segundo o Conselho Nacional de Justiça ( CNJ ), o julgamento terá impacto na situação de 4,8 mil presos com base na decisão do STF que autorizou a prisão em segunda instância. Os principais condenados na Operação Lava Jato podem ser beneficiados, entre eles, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde 7 de abril do ano passado, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, após ter sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), no caso do tríplex do Guarujá (SP), além do ex-ministro José Dirceu e ex-executivos de empreiteiras.



Fonte: IG Política