De janeiro a agosto deste ano, Mato Grosso registrou 36 feminicídios, número que representa um aumento de 38,4% em relação ao mesmo período do ano passado e o pior cenário desde 2020. Os dados são do Observatório Caliandra, do Ministério Público do Estado (MPMT), e revelam que, no estado, uma mulher é assassinada a cada seis dias. Entre as vítimas, apenas cinco tinham medida protetiva.
Diante do cenário alarmante, a defensora pública Rosana Leite destacou, em entrevista ao podcast do site O Bom da Notícia, os caminhos que mulheres vítimas de violência doméstica podem percorrer para formalizar denúncias e garantir medidas de proteção.
Segundo ela, a Defensoria Pública do Estado está aberta para atender todas as mulheres, independentemente da condição financeira.
“Prestamos orientação para qualquer mulher que nos procurar. Muitas vezes, ela chega com dúvida se realmente é vítima, e a nossa função é ouvir e esclarecer. Se em algum momento ela se sentiu humilhada, constrangida ou violentada, já existe uma situação de violência”, explicou.
Rosana enfatizou que o primeiro passo pode ser justamente procurar a Defensoria, seja para tirar dúvidas sobre o que caracteriza violência ou para entender como funciona o processo e quais medidas podem ser tomadas. “Muitas nunca estiveram em uma delegacia ou fórum e sentem medo desse caminho. A Defensoria está aqui para acolher, explicar e apoiar”, afirmou.
Caso a vítima já reconheça a situação de violência, a defensora orienta registrar o boletim de ocorrência e solicitar medidas protetivas de urgência, como o afastamento do agressor. No entanto, mesmo aquelas que não queiram registrar a ocorrência podem procurar a Defensoria para pedir proteção judicial.
“Se ela não deseja registrar o boletim, mas quer a medida protetiva, também pode nos procurar. Nosso papel é dar suporte, mostrar os direitos e garantir que nenhuma mulher fique sem resposta diante da violência”, reforçou.
Para a defensora, a formalização da denúncia é essencial para interromper o ciclo da violência e impedir que outras mulheres passem pelas mesmas situações.
Assista o Cast do O Bom: