Nesta quarta-feira (20), durante uma audiência pública para debater a violência sexual contra mulheres e crianças na Câmara de Cuiabá, a delegada Jozi Criveletto fez um alerta sobre eventos online, marcados por pedófilos, que envolvem adolescentes nas redes sociais.
De acordo com a delegada, ao se tornar responsável pela Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) de Cuiabá e Várzea Grande, ela tomou conhecimento de eventos entre pedófilos e adolescentes que são organizados para ocorrer durante a madrugada. Esses eventos contam com mais de 3 mil espectadores, e as jovens são obrigadas a praticar atos sexuais com animais ou a se masturbarem para os agressores em transmissões ao vivo.
“As adolescentes hoje, elas estão sendo torturadas pela internet para praticarem sexo com animais. Eles fazem eventos, gente, dentro da internet, eventos que geralmente começam às 11 horas da noite para a frente, que têm mais de 3 a 4 mil pessoas assistindo. Sabe para que eles fazem isso? Eles vão primeiro ameaçar essas adolescentes, e aí quando eles marcam um evento, essas adolescentes têm que fazer as atrocidades que eles querem. Eles colocam essas adolescentes, às vezes, para colocar punhal na garganta, para vocês terem uma ideia. O mínimo é elas terem que manter relação sexual com animal, com cachorro, ou terem que se masturbar na frente deles. Isso é o mínimo que acontece hoje dentro das redes sociais”, disse a delegada.
Segundo Jozi, os adolescentes são aliciados através de jogos online como o Roblox e o Free Fire e aceitam participar dessas lives após receberem ameaças. A delegada ressaltou que a ação tem um número alto de ocorrências que nem a polícia consegue controlar, e a exposição dos casos é a única forma de alertar os pais e responsáveis pelos jovens.
“Muitas vezes nós não estamos nem percebendo que temos talvez dentro da nossa casa isso acontecendo. Elas entram em jogos eletrônicos, e aí a gente pensa que o nosso adolescente, que são as nossas crianças, estão dentro dos quartos, jogando no Roblox ou no Free Fire. O que não sabemos é que é ali que eles são cooptados para cometer essas atrocidades. E sabe qual é a minha preocupação? Está cada vez mais fora de controle. A polícia não consegue controlar”, pontuou.