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POLÍTICA Sexta-feira, 01 de Agosto de 2025, 09:15 - A | A

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“Tarifaço” de Trump preocupa Max Russi que alerta para risco de desemprego em MT

Para Max Russi, sobretaxa dos EUA nas exportações brasileiras pode causar transtornos em cadeia no país.

Evelyn Souza/ O Bom da Notícia

O deputado estadual Max Russi (PSB), presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, demonstrou preocupação com os possíveis impactos da tarifa de 50% sobre exportações brasileiras, anunciada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em entrevista à Rádio Capital FM nesta sexta-feira (1º), Russi avaliou que a medida pode gerar reflexos negativos diretos na economia mato-grossense e em todo o país.

Segundo o parlamentar, se o Governo Federal não conseguir negociar com os Estados Unidos, o acúmulo de produtos no mercado interno poderá afetar diversos setores e causar desemprego.

“No começo, podemos pensar que não irá prejudicar muito o mato-grossense, por exportarmos apenas 2% para os Estados Unidos. Mas, com a aplicação da taxa em outros estados, os produtos começam a sobrar e, assim, o impacto atinge o Brasil inteiro. Isso pode gerar um transtorno muito grande, como desemprego e prejuízos. Estou bastante preocupado com isso e espero que se chegue a um entendimento para que essa medida não vigore”, afirmou.

Apesar da preocupação, Max disse acreditar na força do diálogo: “Espero muito diálogo, muita conversa, e que o governo consiga encontrar uma solução para que essa taxa não traga transtornos ao Brasil inteiro”.

Negociações do Governo Federal

Diante da imposição de tarifas sobre produtos brasileiros pelo governo de Donald Trump, o Palácio do Planalto optou por focar em negociações em vez de retaliações imediatas. Embora o decreto assinado por Trump estabeleça uma tarifa de 50% sobre cerca de 45% das exportações brasileiras, o governo americano concedeu exceções para produtos como suco de laranja e aviões.

Essa abertura para o diálogo é vista pelo governo brasileiro como uma oportunidade para negociar condições mais favoráveis para setores ainda impactados, como café, carnes e pescados, antes que a medida entre em vigor, em sete dias.

O governo brasileiro intensifica os esforços diplomáticos em diversos níveis para tentar reverter as tarifas. O vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estão à frente das negociações. Enquanto Alckmin se concentra em discutir os impactos das tarifas com o secretário de Comércio, Howard Lutnick, Haddad busca um novo diálogo com o secretário do Tesouro, Scott Bessent.

A equipe econômica brasileira acredita ter "cartas na manga" para facilitar as relações bilaterais e reforça que a negociação está apenas começando.

Em paralelo às negociações, o governo brasileiro prepara um plano de contingência para os setores que serão afetados pelas tarifas. O presidente Lula se reuniu com ministros para reavaliar o pacote após o recuo parcial de Trump. O plano deve incluir subsídios ao crédito e medidas para proteger empregos.

A equipe econômica busca soluções que tenham o menor impacto fiscal possível, mas admite a possibilidade de auxílio financeiro, semelhante ao que foi destinado ao Rio Grande do Sul, caso seja necessário socorrer os setores impactados.